O primeiro passo para o bem-estar está em Ser você mesmo  

Quando sua culpa está mais relacionada com a visão que os outros tem sobre seus atos, do que pelas ações que realmente realizou. É hora de olhar para si… 

Atualmente com o aumento da exposição da nossa vida privada proporcionada pelas redes sociais traz dilemas fundamentais; Parecer Ser ou Ser? Somos a impressão que os outros tem de nós? Temos de ceder aos caprichos alheios ou não? Talvez às vezes sim às vezes não!? É melhor Ser o que esperam de nós ou Ser o que gostaríamos de Ser? Porque cedemos aos desejos dos outros ao invés de nossos próprios desejos? Será que nosso desejo é o desejo do outro? Ou apenas fugimos e ignoramos a nós mesmos, por covardia e preguiça?  

Será que aquilo que mostramos aos outros reflete o que sentimos, ou é fruto de uma necessidade atual cada vez maior de aprovação. Será que a imagem exposta de maneira pública é o que realmente somos. A reflexão que coloco é sobre a autenticidade com a qual encaramos a vida. A influência dos outros em nossa vida é cada vez mais presente na construção de nossa identidade, temos medo da solidão mesmo sem saber o que de fato ela significa, sem saber que pouco ou nada tem a ver com a presença ou ausência de pessoas… mas sim sobre a escolha entre conviver consigo ou a solidão de estar desacompanhado de si mesmo. 

Por pior que pareça escolha a si mesmo!!  

 “Minha solidão não tem nada a ver com a presença ou ausência de pessoas… Detesto quem me rouba a solidão, sem em troca me oferecer verdadeiramente companhia.”  Friedrich Nietzsche 

Muitos podem julgar suas ações, mas só você pode analisar e desvendar a si mesmo. Não ignore seus desejos e não reprima sua angústia para ser o que os outros esperam de você. Olhe para si e escute sua alma.  

Muitas pessoas estão tão preocupadas com o julgamento dos outros, que se tornam “reféns” da opinião alheia. Melhor seria ocupar-se de si mesmo, conhecer a si, seus pensamentos, desejos, medos e angústias.  

Perceber que nosso Ser, não está no julgamento dos outros, mas no processo da vida e do viver, na busca de si mesmo, por si mesmo. Na busca do significado do “eu” no mundo. Pois não apenas somos, mas temos de ser, lançados no mundo sem aviso prévio ou garantias, inseridos em um processo vital com dor, sofrimento, luta, mas também alegria, prazer e felicidade. O processo do viver é tenso e produz angústia, e as vezes é necessário ajuda para entender, elaborar, ressignificar, superar e curar feridas da existência e da vida, para reencontrar a “trilha” da felicidade, que consiste em ser você mesmo. 

“O desespero mais comum é não escolhermos ou não podermos ser nós mesmos, mas a forma mais profunda de desespero é escolhermos ser outra pessoa ao invés de nós mesmos.” Soren Kierkegaard 

Ficamos tão imersos em atender as vontades dos outros que deixamos de lado nossas necessidades, vontades, desejos e angústias. Quando percebemos deixamos de lado nós mesmos. A maioria das pessoas atribuem seu bem estar e felicidade, assim como seu sofrimento e infelicidade a fatores externos. Como por exemplo o status social, a injustiça e maldade, ou na indiferença e julgamento alheio sobre nós, na falta de dinheiro e outras tantas que podemos passar o dia enumerando. 

Não nego que exista sim influência de natureza diversa sobre nosso bem estar, porém atribuir de maneira absoluta à fatores externos seus problemas ou sua possibilidade de ser feliz, é fugir da responsabilidade que cada um de nós possui sobre nossa vida. 

Somos nós por escolha própria, que colocamos a nossa felicidade e bem estar dependente de condições externas que escapam ao nosso controle, como passageiros impotentes em um ônibus desgovernado. 

Não entenda responsabilidade com culpa pois são diferentes. Digo sobre a possibilidade de dia após dia escolher você, como única condição para ser feliz, dependendo apenas de você amanhã ser diferente do que era ontem, como Sócrates dizia “sábio é o homem que pôs em si tudo que leva à felicidade ou dela se aproxima” 

Não significa que fatores externos não afetarão nossa vida, mas nós decidimos a importância delas para nosso bem estar ou não. Nós decidimos o que fazer.  

Responsabilidade é cuidar de si, de sua própria possibilidade de ser feliz, independente de tudo externo a si mesmo. 

Coloque em si, sua atenção, seu cuidado e sua responsabilidade para com seu bem estar. As vezes é necessário um tempo, um momento para procurar nós em nós, para nascer, para viver, voltar a sorrir e só voltar depois que se encontrar. 

“Deixe-me ir 

Preciso andar 

Vou por aí a procurar 

Sorrir pra não chorar 

Quero assistir ao sol nascer 

Ver as águas dos rios correr 

Ouvir os pássaros cantar 

Eu quero nascer 

Quero viver.”  

(…) 

Se alguém por mim perguntar 

Diga que eu só vou voltar 

Depois que me encontrar 

“(…)” 

Candeia/Cartola 

A análise pode auxiliar na buscar a si mesmo, nos desejos ocultos, nos traumas reprimidos, nas angustias ignoradas, nos sintomas aparentes, enfim só podemos buscar a verdade sobre nós dentro de nossa própria história, memória e lembranças, que como atribuímos significados a elas, como elas afetam nossa existência, nossas ações, emoções e sentimentos. 

Algumas lembranças de experiências vividas são reprimidas e escondidas, por vergonha, culpa, por serem extremamente angustiantes e de origem traumática. 

Porém por mais que desejamos esquecer ou ignorar, continuam influenciando nossas ações, comportamentos, emoções, relacionamentos e todos os aspectos de nossa existência. 

Temos medo de trazer determinadas memórias à luz da consciência e assim permanecem escondidas, impedindo entender, desvendar e superar. E este medo paralisa, nós coloca em um padrão de repetição, como se estivéssemos presos a estas memórias que orientam nossa existência mesmo sem estar a luz de nossa compreensão ou escolha. 

E só através da compreensão das memórias de que temos medo, daquelas que permanecem enterradas nas profundezas de nossa mente, que podemos encontrar liberdade, ressignificação, superação, bem estar e a felicidade. 

“Existem nas recordações de todo homem coisas que ele só revela aos amigos. Há outras que não revela mesmo aos amigos, mas apenas a si próprio, e assim mesmo em segredo. Mas também há, finalmente, Coisas que o homem tem medo de desvendar até a si próprio…” Fiódor Dostoiévsk 

Luiz Henrique Psicanalista  

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *

Facebook
YouTube
Instagram
Conversar
Olá
Como posso ajudar?