O que é Fobia Social? 

A fobia social pode ser considerada em alguns casos como transtorno de ansiedade, pois pode possuir diversas formas e configurações, como por exemplo, a síndrome do pânico.  

Gostaria neste pequeno texto discorrer sobre a fobia social, considerando também que a fobia em si mesma possui diversas modalidades sendo todas elas de igual importância por provocar intenso e considerável sofrimento ao indivíduo, não seria possível de maneira tão breve tratar de todas de uma só vez, por isso irei dedicar a social em específico. 

Primeiramente vou conceituar o que é fobia e como ela pode se manifestar através do transtorno de ansiedade. 

A Fobia é um medo irracional que prepara e leva o indivíduo para fugir de determinada situação que é considerada ameaçadora, entretanto, o próprio indivíduo considera este medo excessivo, mas não consegue conter este medo, e quanto mais difícil de evitar o objeto ou a situação relacionada a fobia mais intenso é o sofrimento vivenciado.  

Apesar de a Agorafobia, também conhecida como Síndrome do Pânico, ser por muitos considerada uma fobia social aguda, pois tem como características o medo extremo de sair sozinho na rua ou de atravessar espaços públicos com grande circulação de pessoas, as fobias ditas sociais possuem características menos agudas, entretanto, dependendo da circunstância podem provocar sofrimento similar e até mesmo crises de grande intensidade, como por exemplo, o medo de falar em público, medo de humilhação em diversos contextos e até usar banheiros públicos.  

A fobia social pode configurar comportamentos específicos no sujeito com a intenção de evitar a exposição pública e social, um exemplo disso seria a timidez extrema ou uma certa apatia, não que isso seja uma regra, ou que a timidez seja um traço definitivo para determinar uma fobia social, estou apenas salientando que é possível que o indivíduo possa assumir determinados comportamentos defensivos, assim como inversamente, é possível que um indivíduo seja grosseiro e agressivo com a mesma finalidade, de evitar participar e ser convidado a eventos sociais ou similares, afastar qualquer possibilidade de aparição em espaços coletivos que possam causar este mal estar.  

O que cabe considerar é que muitos dos comportamentos assumidos pelos indivíduos com fobia tem como finalidade evitar o objeto ou a situação temida. Quando uma pessoa ou adolescente com fobia social deve apresentar um seminário na escola ou falar em público, o indivíduo pode experimentar o Transtorno de Ansiedade, provocado por uma situação que apesar dos seus esforços de evitar se torna evidente o sofrimento e o mal-estar gerado pela situação,  muitos podem tentar evitar a situação usando como justificativa traços de personalidade e comportamento, sou tímido!, tenho vergonha!, ou simplesmente foge e ignora, como por exemplo, deixa de realizar a tarefa, em outros casos pode até mesmo assumir um comportamento agressivo e projetivo, ou seja, culpa o outro pelo seu desconforto, neste caso o professor que pediu esta atividade em detrimento de outra. E quando questionado, sobre qualquer dos aspectos que o levam a evitar a situação, o indivíduo pode experimentar um sofrimento extremo, pois para as outras pessoas este medo não é razoável.  

A passagem da fobia para o transtorno de ansiedade é percebido quando o indivíduo é frustrado nas tentativas de evitar as situações temidas e tem a impressão de que mais cedo ou mais tarde será confrontado pela realidade, pela sociedade que impõe determinados padrões e atividades específicas, independente da individualidade psíquica de cada um.  

Neste ponto o sujeito passa a experimentar de maneira frequente ou em crises pontuais os sintomas do transtorno de ansiedade, passando a ter sua vida social comprometida pelas sensações indesejados e imprevisíveis, este constante desconforto em relação a eventos ou atividades sociais passam a predominar a mente do sujeito, causando uma insegurança extrema e um sentimento de impotência em relação as situações e as suas reações, seus sintomas.  

O indivíduo passa a se relacionar com seu medo, com sua fobia, com sua neurose, em um círculo vicioso, ou seja, o que determina seu comportamento e suas ações é sua fobia, o sujeita passa a direcionar uma grande energia psíquica para resolver o problema, levando a exaustão emocional e física, podendo até aprofundar sua condição até fases mais agudas como a Síndrome do Pânico.  

Devemos também considerar que as causas das fobias têm relação com traumas vividos pelo sujeito desde fases precoces do desenvolvimento humano, ou seja, enquanto crianças, nas fases do desenvolvimento psicossexuais, considerando que a sexualidade abrange a evolução de todas as ligações afetivas estabelecidas pelo sujeito.  

Esta evolução psicossexual atravessa estágios de desenvolvimento que afetam diretamente a formação do sujeito, podendo assim ter relação estreita com a fobia apresentada na fase adulta. As fobias podem também ser efeitos de traumas em fases da puberdade, adolescência e adulta, devendo assim ser investigada, ou melhor, analisada, neste caso a psicanálise é recomendada e eficiente para solucionar os transtornos de ansiedade, e as fobias sociais, nos casos mais agudos como a síndrome do pânico a psicanálise teve assumir status complementar exercendo o tratamento em conjunto com a psiquiatria. 

Luiz Henrique – Filósofo e Psicanalista – 02/07/21 

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